“Erico, eu quero abrir um negócio, será que começar uma sociedade com alguém pode ser uma boa ideia?”. Essa é uma dúvida de muitos empreendedores que estão começando, e nesse episódio eu falo sobre isso, explico as vantagens de se ter um sócio e como essa decisão deve ser encarada.
Tudo isso vai te ajudar a entender se vale a pena, ou não, ter um sócio no seu negócio.
Veja a sociedade como um casamento
Eu tenho sócios em quase todas as minhas empresas e considero que ter um sócio é bom por alguns motivos. Você pode dividir o risco financeiro, pode dividir o tempo e energia que são gastos em um negócio e pode ser sócio de pessoas que tenha expertise em outras áreas, ou seja, que complementam as suas habilidades.
Por isso tudo, costumo encarrar a sociedade como um casamento. E olha que louco: tem casamento que dá certo, mas tem casamento que dá muito errado. Então, se uma pessoa mudar de comportamento durante o casamento, não quer dizer que aquilo acaba, ou seja, não dá simplesmente para demitir seu sócio. Na maioria das vezes, um precisa comprar a parte do outro ou vocês precisam se desfazer da empresa.
Portanto, o mais importante é tomar muito cuidado com quem se associar. Não se associe com alguém, a não ser que você tenha que se associar. Existem outros modelos para fazer negócios, como tornar-se afiliado, ou simplesmente receber uma comissão por venda. Então, pense muito antes de se comprometer.
Saiba lidar com desentendimentos
Caso opte por se associar, e essa decisão depende do tipo de investimento que você fará, ou se você vai ganhar tempo com isso ou não, a dica que dou aqui é a seguinte: deixe bem claro o que vai acontecer com a sociedade caso vocês se desentendam.
Isso mesmo! A maioria das pessoas se juntam como sócios e não planejam o dia do desentendimento. O que acontecerá se um dia você não concordar com ele? Quem vai decidir? O que acontecerá se um dia você não aguentar ver o rosto do seu sócio? Como será o processo de separação?
Decidir isso é importantíssimo antes mesmo de fazer a sociedade e, principalmente, enquanto vocês ainda estão amigos. Porque se você partir para um processo litigioso, ninguém vai ganhar. Em qualquer guerra, ninguém ganha!
Pense no buyout
Ainda na conversa sobre os possíveis desentendimentos, se vocês decidirem que um sócio poderá comprar a parte do outro sócio, o que chama buyout, defina quais serão as condições. Se vocês não decidirem isso agora, no momento da venda pode ser que aquele que queira vender coloque o preço lá em cima, vocês vão se desentender e vai ser uma verdadeira zona.
Existem algumas regras de buyout que você pode pré-estabelecer, tal que, se o sócio A forçar a barra e quiser comprar a parte do sócio B, este último dá o preço e o sócio A tem a chance de comprar antes daquele que deu o preço. Não entendeu? Vou usar um exemplo mais prático.
Na minha casa, quando pedíamos pizza minha mãe falava o seguinte: um dos irmãos reparte a pizza, mas o outro irmão tem a chance de pegar o primeiro pedaço. Assim, se um irmão repartisse de forma desvantajosa, o outro teria a chance de pegar o pedaço maior. No mundo dos negócios, é mais ou menos assim!
Tenha maturidade
Por fim, aconselho que, ao entrar em uma sociedade, você e todos os seus sócios tenham maturidade. Maturidade para conversar sobre esses temas, o que é bem difícil, eu sei! Afinal, quando se começa algo, a tendência é achar que aquilo nunca mais vai acabar. Porém, ter esse tipo de clareza e comunicação é importante não só para a sua saúde, mas para a saúde dos seus herdeiros e também para a saúde da sua própria empresa.
Então, não pense apenas se vale a pena fazer uma sociedade. Se a fizer, seja maduro o suficiente para conversar com o seu sócio e definir o que vai acontecer se aquilo não der certo, porque, enfim, as coisas acontecem.
Essa foi a sacada de hoje, deixe o seu comentário aqui, falando o que achou, e aproveite para ver também uma forma irresistível de fechar parcerias, o que é importantissímos para quem está começando. Até a próxima!